Essa frase é perturbadora.
"Usamos a lógica para justificar decisões que tomamos de forma emocional".
Até decisões super importantes. Comprar um carro deveria ser uma decisão puramente lógica. Mesmo assim, emoções como status, aventura, prestígio acabam influenciando todo o processo de compra.
Eu mesmo já perdi as contas das vezes que tentei racionalizar uma decisão que eu já tinha tomado inconscientemente. Ter consciência disso é uma coisa poderosa, mas é frustrante porque você passa a ter noção de uma coisa sobre qual você tem pouco controle (embora pouco controle seja melhor do que nenhum).
Quando você estuda o processo de decisão, da emoção envolvida, especificamente, você vê que tem vários gatilhos: dinheiro, economia, conhecimento, aprovação social, saúde, entretenimento, propósito etc. Cada um com seu polo negativo e positivo, "não quero perder dinheiro", vs "ganhe muito dinheiro".
Da mesma forma, quando a decisão passa para a justificação racional, existem vários outros gatilhos e informações para não perder a pessoa no processo: estatísticas, confiabilidade, preço…
No caso do Duolingo, a ofensiva foi uma das funcionalidades mais engenhosas que eu já vi. Às vezes parece mais importante manter a ofensiva do que de fato tirar aprendizado da plataforma. Imaginando essa funcionalidade no campo mais racional possível, íamos ter um widget dizendo, "você precisa estudar hoje". Grrr, horrível.
Dá para usar isso em tudo: estratégias de aquisição, retenção de pessoas, vendas, apresentações, pitch decks.
Parece errado por parte das empresas, mas a grande verdade é que, se elas oferecem uma recompensa que me traz valor, é melhor ela vir com emoção do que sem emoção.
